sábado, 5 de fevereiro de 2011

PERFIL DA IGREJA PRESBITERIANA BETEL

Somos uma Igreja comprometida com a teologia reformada e como tal adotamos como símbolos (ou resumos) de nossa fé a Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Menor (ou breve) de Westminster porquanto entendemos que estes documentos teológicos expressam com precisão o ensino da Palavra de Deus.

Nossa ênfase central (se é que podemos falar em ênfase) está na teologia propriamente dita, a doutrina de Deus, acentuando a plena soberania de Deus em todas as coisas – na criação, na providência e acima de tudo na redenção.

Nosso tema central teologicamente falando é a celebração da majestade, graça e glória de Deus.

Dessa convicção primordial, decorre todo o arcabouço de nossa teologia, a começar da sua antropologia.

Portanto, compreendemos que diante de um Deus tão grandioso e santo, o ser humano só pode ter uma profunda consciência da sua própria pecaminosidade e total dependência em relação ao Deus triúno e soberano. Daí também decorre a soteriologia, expressa pelo Sínodo de Dort nos chamados "cinco pontos do calvinismo":

- Depravação total
- Eleição incondicional
- Expiação limitada
- Graça irresistível (vocação eficaz)
- Perseverança dos santos

Na eclesiologia, insistimos nas marcas da verdadeira igreja de Cristo como sendo a fiel pregação da Palavra e a correta ministração dos sacramentos e a disciplina bíblica.

Entendemos contudo que a teologia reforma transcende os assim chamados “cinco pontos do calvinismo” sendo muito mais abrangente tratando-se na verdade de um sistema que enxerga todas as coisas pelas lentes da Escritura e orbitando em torno da glória de Deus. Incluindo assim ciências, artes, trabalho, etc. Enfim a vida em todas as suas formas e esferas.

Os reformadores empregaram cinco termos latinos para resumirem a sua fé e que nós alegre e fielmente subscrevemos. São eles:

Sola Scriptura (somente a Escritura). A base da nossa doutrina, forma de governo, culto e práticas eclesiásticas não está no tradicionalismo, no racionalismo, no subjetivismo ou no pragmatismo, mas na doutrina reformada acerca das Escrituras. Cremos que a Palavra de Deus registrada no Antigo e no Novo Testamentos, embora escrita por autores humanos, foi inspirada por Deus, de modo a garantir sua autoridade, inerrância, infalibilidade, clareza, e conseqüente suficiência. As Escrituras são, portanto, a autoridade suprema pela qual todas as questões doutrinárias e eclesiásticas devem ser decididas. Esta doutrina é imprescindível na preservação e santificação da igreja.

Grande parte dos problemas doutrinários enfrentados pelas igrejas evangélicas atuais decorre da sua interpretação bíblica falha: hermenêutica alegórica, intuitiva, experiencial (a Bíblia como um depositário de experiências a serem imitadas).

Vemos as Escrituras como livro divino e humano. Quanto ao aspecto divino, colocam-se princípios como inspiração, clareza e necessidade de iluminação do Espírito. Quanto ao aspecto humano, valorizamos o estudo sério das Escrituras em suas línguas originais, levando em conta o contexto histórico-cultural em que foram produzidas e, de modo especial, a intenção do autor humano como o único sentido verdadeiro do texto. Reconhecemos como método mais equilibrado e saudável de interpretação bíblica o histórico-gramatical, como corretivo contra as hermenêuticas subjetivas e tendenciosas tão comuns em nossos dias, à esquerda e à direita. E mais, por causa desse duplo caráter das Escrituras, a sua interpretação exige equilibradamente oração e estudo.

Solus Christus (somente Cristo). Não temos nenhum outro mediador pelo qual o homem seja reconciliado com Deus, a não ser Cristo, a segunda pessoa da Trindade (1 Tm 2:5), o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29). Cremos que a sua morte expiatória na cruz de fato expia (paga e elimina) completamente a culpa de todos aqueles que nele crêem (Rm 3:24-25), redimindo-os do pecado (Ef 1:7); e que a sua vida perfeitamente justa, santa e obediente à lei de Deus, lhe permite justificar (declarar justo) todos quantos o Pai lhe deu (Jo 6:37,39,65).

Sola Gratia (somente a graça). Cremos que a salvação do homem não decorre de nenhum tipo de boas obras que venha a realizar, mas sim do favor imerecido de Deus (Rm 3:20,24, 28). Em decorrência da queda, todo ser humano nasce com uma natureza totalmente corrompida, de modo que não pode vir a agradar a Deus, a não ser pela ação soberana e eficaz do Espírito Santo, o único capaz de iluminar corações em trevas e convencer o homem do pecado, da justiça, do juízo, da culpa, da graça e da misericórdia de Deus em Cristo Jesus (Rm 3:19,20).

Sola Fide. (somente a fé) O meio pelo qual a ação regeneradora do Espírito Santo é aplicada ao coração humano é a fé. Nenhum homem pode ser salvo, a não ser que creia na eficácia da obra de Cristo, confiando-se inteira e exclusivamente a ele (Rm 1:17; Ef 2:8-9). Entendemos por fé, não um sentimento vago e infundado, mas o dom do Espírito Santo, pelo qual um ser humano convencido da culpa e do pecado se arrepende e estende as mãos vazias para receber de Deus o perdão imerecido (Rm 5:1; Hb 11:6).

Soli Deo Gloria (somente a Deus glória). Cremos em um Deus absolutamente soberano, Senhor da História e do Universo, "que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade" (Ef 1:11). Cremos que na obra da salvação toda a glória pertence a Deus. O fim principal do homem e da fé não é o bem-estar, a saúde física, a prosperidade, a felicidade, ou mesmo a salvação do homem. É, sim, antes de tudo a glória de Deus, o louvor da santidade, justiça, fidelidade, poder, sabedoria, graça, bondade e de todos os atributos de Deus. E que portanto, Deus não existe para satisfazer as necessidades do homem, mas o homem é que foi criado para o louvor da glória de Deus (Rm 11:36; Ef 1:6-14).

Portanto, cremos que a salvação é pela graça somente, através da fé somente, em Cristo somente, como revelada na Escritura somente, para a glória de Deus somente.


QUANTO AO CULTO DE DEUS

Entendemos claramente que a forma de culto para ser fiel as Escrituras procura, conformar-se ao máximo ao modelo simples encontrado no Novo Testamento e restaurado pela Reforma do século XVI.

Como sabemos os reformadores tinham uma regra básica que serviu de norma para a reforma litúrgica que empreenderam. Esta norma ficou conhecida como princípio regulador puritano. Em contraposição ao princípio católico romano, anglicano e luterano, segundo o qual tudo o que não fosse proibido nas Escrituras era permitido no culto, o princípio regulador puritano afirma que só é permitido no culto o que for diretamente prescrito nas Escrituras ou legitimamente inferido do seu ensino. Isto significa, nas palavras da Confissão de Fé de Westminster, que ''o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por Ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria vontade revelada, que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções humanas" (Cap. 21, § 1).

Como uma comunidade de confissão reformada fazemos diferença entre elementos e circunstâncias de culto. Elementos de culto são os atos que têm significado, prescritos na Palavra de Deus como formas aceitáveis de culto. Na nova dispensação, apenas a leitura bíblica, a pregação, a oração, a ministração dos sacramentos do batismo e da ceia do Senhor, e o cântico de louvores a Deus são elementos regulares de culto (votos, jejuns solenes e ações de graças em ocasiões especiais são, por sua própria natureza, elementos ocasionais de culto). Circunstâncias de culto são todas as demais coisas necessárias à realização do culto. Estas coisas não são fixas, não fazem parte do culto em si, não sendo, portanto, especificamente prescritas nas Escrituras. Mas devem ser ordenadas à luz da revelação geral, do bom senso cristão, de conformidade com os princípios gerais das Escrituras. Como exemplo de circunstâncias de culto na dispensação do Evangelho, estão: o local de culto, horário, duração e ordem do culto, móveis, iluminação, aquecimento ou ventilação, som, etc. Nenhuma dessas coisas deve adquirir conotação espiritual.

Os princípios básicos que regem o culto devem ser, entre outros: precedente bíblico, simplicidade formal, música congregacional com conteúdo doutrinário e a centralidade da pregação.

Quanto à música, nunca é demais acentuar que a teologia de uma igreja é influenciada pela música que ela canta. Pastores podem pregar sermões doutrinariamente corretos, mas se a sua igreja cantar hinos e cânticos heterodoxos, esses últimos influenciarão nocivamente a Igreja.

A prática crescente de substituir-se os antigos hinos utilizados por gerações de crentes por corinhos com ritmos mais contemporâneos corre dois sérios riscos: primeiro, a perda do sentido da história, a ruptura da nossa ligação com a igreja do passado; em segundo lugar, há o fato de que muitos desses cânticos, além de sua pobreza melódica, poética e gramatical, padecem de sérias distorções teológicas ou são simplórios e repetitivos, trazendo pouca instrução para o povo de Deus, ao contrário dos hinos históricos da igreja, com todo o seu rico conteúdo bíblico e doutrinário.


VALORIZAMOS IMENSAMENTE:

1. Doutrina. Damos grande valor à doutrina, ao ensino das verdades reveladas na Palavra de Deus aliada a verdadeira piedade. Cremos que a função primordial da igreja não é social, política ou de entretenimento, mas sim proclamar a vontade de Deus revelada nas Escrituras. ''A igreja é a coluna e baluarte da verdade'' (1 Tm 3:15; 4:16).

2. Pregação. É a proclamação verbal, autoritativa e pública da Palavra de Deus, por pessoas legitimamente comissionadas para a tarefa. É o elemento principal do culto. É especialmente por meio da pregação que a igreja é edificada, pessoas são salvas do pecado e o Reino de Deus é promovido neste mundo. ''Aprouve a Deus salvar aos que crêem, pela loucura da pregação" (1 Co 1:21. Cf. 2 Tm 4:1-4).
Sem minimizar os outros aspectos do culto, a pregação é o grande meio escolhido por Deus para proclamar o evangelho aos perdidos e nutrir na fé seus filhos e filhas.

A pregação deve ser essencialmente expositiva e doutrinária, visando ensinar a Palavra de Deus de maneira profunda e sistemática. Mas deve ser também uma pregação experimental e prática, estando ligada à experiência do pregador e contendo instruções para a vida diária dos ouvintes. É, portanto, ao mesmo tempo um exercício intelectual e espiritual. Requer preparo, estudo sério, e também oração, comunhão com Deus. Valorizamos é o sólido treinamento dos ministros da Palavra, através de uma educação teológica séria, consistente e continuada.

Nos dias atuais, a pregação tem perdido, nos cultos de muitas igrejas, o prestígio de que antes gozava. Tem sido substituída por filmes, cantatas, dramatizações, testemunhos, programas musicais e muitas outras coisas que visam atrair pessoas para as igrejas. Por um lado pode-se compreender o que gerou essa reação contra a pregação: sermões carentes de autoridade, conteúdo bíblico e aplicação prática; estilo e linguagem divorciados da vida diária das pessoas; sermões repletos de experiências pessoais, referências a livros que o pregador leu, piadas, ilustrações sem fim, mas pouca exposição bíblica.

Raramente ouvimos sermões sobre os atributos de Deus, a pecaminosidade humana, a eleição, a graça eficaz, a escravidão do arbítrio humano, a aliança e outros temas reformados. Tudo isso aponta para a necessidade de uma renovada ênfase na pregação com vistas à revitalização da igreja, ao genuíno aprofundamento da vida espiritual pelo qual todos ansiamos. É interessante lembrar que a igreja de Jonathan Edwards foi alcançada por um poderoso avivamento enquanto ele pregava uma série de sermões sobre a justificação pela fé.


3. Culto. A Igreja existe antes de tudo para aodrar, louvar e glorificar a Deus. Nem missões e evangelização sobrepujam em importancia o culto a Deus. Missões um dia findará. Mas a adoração ao Senhor continará por toda a eternidade.


4. Evangelismo. Entendemos por evangelismo a promoção do Reino de Deus neste mundo. Esta função da igreja não pode, portanto, ser definida em termos de uma metodologia (campanhas, culto em praças, distribuição de folhetos, etc.) ou dos seus resultados, mas do seu conteúdo. Evangelismo é a proclamação das verdades reveladas nas Escrituras, com vistas à salvação dos perdidos.


REPUDIAMOS FORTEMENTE:

1. Apelo. Não usamos a prática de apelos para que pessoas levantem a mão ou venham até a frente, tomando uma decisão por Cristo. Esta prática, embora muito popular hoje, foi instituída apenas na segunda metade do século passado e se fundamenta na doutrina arminiana do livre-arbítrio. A prática do apelo revela um conceito superficial da salvação ao enfatizar o papel da vontade humana na conversão. Ao invés de apelarmos para que o pecador se decida por Cristo, pregamos a Palavra de Deus, na convicção de que, por meio dela, o Espírito Santo convence o homem do pecado, comunica fé, e o persuade a suplicar pela graça e misericórdia de Deus.

2. Quanto a Finanças. Não adotamos a prática de coletas, constrangendo as pessoas a darem dinheiro à Igreja como meio para alcançar prosperidade material. Na nova dispensação a Igreja deve ser mantida por seus membros, através de dízimos e ofertas alçadas e isso voluntaria e conscientemente como expressão de fidelidade, fé e gratidão ao Senhor.

3. Sobre Crescimento da Igreja. Reprovamos todos os métodos e práticas que não encontram apoio na Palavra de Deus bem como a ênfase nos mais variados métodos da forma que tem sido defendidos e popularizados pelo atual “movimento de crescimento de igreja” sobretudo na aplicação sem critério de regras e princípios de marcketing e coisas do gênero como se a igreja não passasse de um empreendimento meramente humano.

4. Heresias. Abominamos todos os modismos teológicos divorciados da Eterna Palavra de Deus tão comuns em nossos dias (tanto nas seitas como dentro do evalgelicalismo de um modo geral) e cremos que o único antídoto eficaz contra tal desgraça é a sã doutrina.

Entendemos que o evangelicalismo brasileiro em geral se afastou bastante da legítima fé, culto e práticas bíblicas, que necessita de um profundo avivamento que implique em verdadeido retorno a Deus e sua Palavra.



IGREJA PRESBITERIANA BETEL
Rua Professor Raimundo Gomes, 255
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Culto Dominical as 17:00hs
Escola Bíblica Dominical as 9:00hs
Reuniões de Oração - Terças e quintas as 19:30hs

Conselho:
Rev. José Jesivaldo de Almeida (jjaphd@hotmail.com)
Presb. Felipe Augusto Rocha Lima (lipipb@hotmail.com)
Presb. Marcio Vander Barros de Oliveira (marcio.oliveira@granjaregina.com.br)